Prevenção de agravos e manutenção da independência funcional do idoso foi tema de debate
O HMT realizou no seu Centro de Estudos e Pesquisa – CDEP o II Simpósio de Fisioterapia com o tema “O idoso hospitalizado: um olhar diferenciado na prevenção de agravos e manutenção da independência funcional”. O evento contou com a presença de profissionais renomados e atuantes em Fisioterapia Hospitalar.
A Coordenadora do serviço de fisioterapia do HMT, da pós-graduação em fisioterapia hospitalar e professora do departamento de fisioterapia da PUC – MG Raquel de Macedo Bosco, foi uma das participantes com a palestra “Avaliação da fragilidade do idoso hospitalizado: ferramenta estratégica na redução da morbimortalidade”.
Segundo ela, o objetivo principal do Simpósio foi discutir de maneira multidisciplinar sobre o panorama do envelhecimento do setor público e privado no Brasil, além da prevenção de agravos, o que pode ser melhorado no hospital e a avaliação da fragilidade do idoso. “Nossa intenção é preparar a equipe em relação a isso e discutir temas como a prevenção de agravos e complicações durante a internação e a manutenção da funcionalidade desse idoso aqui no hospital”, pontua.
Gabriel do Couto Avelar, membro da equipe de fisioterapia do HMT, preceptor da pós-graduação em fisioterapia hospitalar também foi um dos palestrantes do Simpósio com o tema “Estratégias e recursos fisioterapêuticos para mobilização e melhora funcional do paciente idoso durante a internação no HMT” com o objetivo de aumentar o leque de recursos para realizar o tratamento dos pacientes.
“O Simpósio em geral é um evento científico que agrega muito tanto para os profissionais quanto para os acadêmicos. A equipe de fisioterapia do HMT é bem consolidada, com profissionais experientes e atualizados que organizou o evento com mais de 90 participantes. Os que mais vão se beneficiar com esse debate são os pacientes que vão ter um tratamento mais seguro e eficaz”, afirma.
Ainda segundo a Coordenadora Raquel Bosco, existe uma grande preocupação com o aumento exponencial da população idosa no Brasil nos últimos anos, esta que se mostra muito significativa. Em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que a população idosa do Brasil era de 20,5 milhões de pessoas, o que representava 10,75% da população com 60 anos ou mais. Já em 2022, o Censo Demográfico mais recente mostrou que o Brasil atingiu a marca de 31,2 milhões de idosos, ou seja, 14,7% da população. Um aumento de 39,8% no período de 2012 a 2021.
Além do crescimento expressivo do número de pessoas com 60 anos ou mais, a expectativa de vida da população também segue evoluindo. O IBGE constatou que no início do século XX o brasileiro vivia em média até os 34 anos. Esse cenário mudou nos anos 2000 com a média atingindo a marca de 70 anos e a projeção para 2060, segundo o Instituto, é de 81 anos.
Ciente do contexto da população idosa no Brasil, o Hospital Madre Teresa, mais uma vez, segue pioneiro neste debate e busca trabalhar esse cuidado de maneira multidisciplinar, preparando toda a equipe médica e de enfermagem para um paciente que já chega com certo grau de fragilidade.
Raquel Bosco comenta que, desde 2020, foi implementada pela equipe de Fisioterapia a avaliação sistematizada da fragilidade em todos os idosos que necessitam de internação hospitalar. Esta avaliação é realizada em até 48 horas após a admissão, sendo utilizada a Escala de Edmonton, já traduzida e validada para a população idosa brasileira. Com o resultado obtido, são definidas estratégias e condutas fisioterapêuticas com o objetivo de minimizar os riscos como quedas, por exemplo, e manter a independência funcional.
Para 2024, o objetivo é ampliar a segurança e a redução de agravos através de um projeto junto à equipe da TI, que fará um trabalho de notificação de forma interligada, para toda a equipe multidisciplinar, sobre a classificação da fragilidade dos idosos internados. Será um processo sistematizado, que irá auxiliar de forma significativa na redução dos agravos, sendo um diferencial do Hospital na avaliação dos pacientes idosos. “Todos estarão engajados nesse mapeamento de fragilidade do idoso aqui no Hospital. É um marcador importante de prognóstico e somos pioneiros nisso”, conclui.
Confira os participantes do II Simpósio de Fisioterapia do HMT
Além da Coordenadora Raquel Bosco e do fisioterapeuta Gabriel do Couto Avelar, participaram também:
- Flávia Roberta Carneiro Roza Bosco, Gerente Médica do HMT com a palestra “O impacto do envelhecimento nos sistemas de saúde público e privado no Brasil: desafios e propostas”;
- Pedro Roussef, Coordenador da Cardiogeriatria/ SBC-MG e membro da equipe de cardiologia do HMT com a palestra “Gerenciamento das multimorbidades prevenção das iatrogenias”;
- Vera Lúcia Miranda Alves, nutricionista do Hospital João XXIII com o tema “Desnutrição durante a internação: impacto e estratégias para assegurar o suporte nutricional adequado”;
- Douglas Capanema Mateus, preceptor e docente da residência em fisioterapia em urgência e emergência do hospital João XXIII com o tema “’Up to date’ na mobilização precoce: estratégias de progressão da reabilitação do paciente idoso na UTI”;
- Sylvia de Oliveira Lima, membro da equipe de fisioterapia do HMT e preceptora da pós-graduação em fisioterapia hospitalar com o tema “Indicadores de funcionalidade e mobilização em terapia intensiva e unidades de internação hospitalar”.
Sobre a Fisioterapia do HMT
O serviço de Fisioterapia do Hospital Madre Teresa, composto atualmente por 27 profissionais altamente capacitados e em constante atualização, atua de maneira multidisciplinar e estratégica na instituição, sempre com o foco da prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes internados.
Além do acompanhamento individual, o serviço possui ainda a sala de reabilitação, que dispõe de vários recursos tecnológicos, como o Sara Plus, equipamento elétrico de última geração para auxílio no retorno da marcha em pacientes com internação prolongada, principalmente em UTI.
O serviço de Fisioterapia conta com uma estrutura completa para a realização dos tratamentos necessários e indispensáveis para a melhor recuperação e performance de cada paciente. “Para se ter uma ideia, o paciente que está em repouso no leito pode perder de 10% a 15% da massa muscular por semana. Em 3 semanas a força muscular global pode diminuir em até 50%. O paciente fica muito debilitado. Por isso, nosso objetivo é prevenir a perda muscular, manter ou recuperar a autonomia funcional, acelerando o processo de alta, com a consequente melhora da qualidade de vida dos pacientes que necessitam de um período de hospitalização”, explica a coordenadora Raquel Bosco.